Tuesday, July 12, 2011

Migalhas

*Para luar

Meu peito transbordou. Mandou em caracteres todos os desejos que carregava consigo. Disse francamente que te quer. Anunciou sem dó (nem tanto) o quanto sofre longe de ti.

Sabe bem ele que agora colherá o fim. Que será sepultado sem sequer uma cerimônia de adeus. E que nem cicatrizes deixará. Simplesmente será esquecido.

Pobre peito. Arriscou tudo pelo desejo de te ter por completo. Perdeu, é fato. Mas tentou, bravamente, ser teu, e só teu, nas noite de amor.

Hoje triste, carrega um coração que pulsa lentamente, quase desistindo da vida. Que deseja ter salvo a amizade, apesar das poucas chances. Que vai chorar dias a fio o fracasso da não-conquista.

Sobra-lhe pouco. Migalhas de lembranças de uma história, apesar de tudo, bela. Lampejos de um enredo de crônica de amor. E saudade da coragem que resgatava em si para fazer-te crer que era forte.

3 comments:

Anonymous said...

Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.

:J Borre said...
This comment has been removed by the author.
:J Borre said...

De fato, acaba. E como sei disso...

Eu não me sinto injustiçada. Muitíssimo pelo contrário: sou uma pessoa de muita sorte. Isso não quer dizer que às vezes não sofra. Mas o sofrimento nos faz crescer. Só o manifesto para tirá-lo de dentro de mim.