Wednesday, December 27, 2006

MudAN(dan)DO

Rupturas. Sempre soam dolorosas. Sempre doem, de fato. Talvez porque o novo é o desconhecido, o diferente do acostumado, o que desafia.

Desvincular-se das asas da mãe (e também do pai, sim), sobretudo aquela que esteve presente em todos os momentos, foi parar e encarar o horizonte. Foi romper a segurança de ter colo todos os dias. Foi ter dúvidas se o prato favorito seria feito no domingo em família. Foi deixar aqueles que causam tanto orgulho.

Aquele foi um dia deveras doloroso. O aperto, tantas vezes poetizado, realmente angustiou o peito. Não foi apenas uma metáfora. E as lágrimas caíram assim, sem mais nem menos, mesmo sabendo que eles estariam ao alcance das mãos. O temor era ser vista como ingrata.

A primeira noite foi regada a gotas lacrimosas, reflexos, reflexões. O estranhamento vinha do estômago para os olhos. A dúvida do acerto ou do erro rodopiava a cabeça sem sono.

Setecentas e quarenta e quatro horas depois, o alívio já toma conta. A cultura da "nova vida" também. Bate saudade. Ainda há receio se a escolha foi certeira. Mas o aprendizado acalma o palpitar acelerado. E justifica a ruptura. Uma das tantas que rechearam meu 2006, um ano definitivamente inesquecível.