Sentada no café, ela fotografa, encantada, aquela janela poulainesca. Enquadramento nas grades que emolduram o cenário à meia luz: cortinas de voal, mesinha quadrada de madeira e um vaso com uma única flor. Quem será que vive ali? Um casal de velhinhos eternamente apaixonados? Uma jovem romântica e solitária? Um artista plástico de 30 e poucos anos?
Lá dentro, no quarto ao lado da janela pictórica, ela se debate. Sobre seu rosto, um travesseiro, pressionado pelas enrugadas mãos. Ela tenta respirar. Agita o corpo. Mas ele, apesar da idade, sabe a dose exata de força para atingir o seu objetivo. Num único lampejo de raciocínio em meio ao desespero, ela percebe a perversão dele ao mirar o cabideiro. Um sem-número de meias arrastão decoram o canto do cômodo. Em poucos minutos, sua peça de malha trançada já se soma às demais.
Tuesday, April 10, 2012
Thursday, March 08, 2012
Dê-me respeito
Hoje, não quero um parabéns. Não quero flores ou bombons. Tampouco beijinhos e palavras exaltando que sou forte porque aguento menstruação e TPM e posso ser mãe. Hoje, quero que mulheres e homens reflitam a origem desta celebração. Que respeitem a luta daquelas que resolveram não se curvar ao poder de fala masculino e se movimentaram. Mulheres que brigaram para que hoje eu vote, eu fale e seja ouvida, que eu tenha a possibilidade de eleger uma mulher para um cargo político, para que frequente a universidade, que eu escreva as minhas matérias nos jornais, que eu beba, que eu use jeans, que possa ter o meu emprego e também os meus filhos (ou não). Mais que "queimadoras de sutiãs", essas mulheres disseram não à desigualdade de direitos.
Não quero ser melhor nem pior que homem. Sou diferente deles. Mas quero ser respeitada e quero ter os mesmos direitos que eles. Quero que o poder de fala também me seja dado, independentemente de gênero. Quero que eu não seja vista com piedade, como sexo frágil, nem como o suprassumo da força. Quero ser olhada como gente. Que pode. E ponto.
Um obrigado especial à mulher mais importante da minha vida, a minha mãe, que me ensinou desde pequena que eu não sou melhor nem pior que ninguém, seja de que gênero, etnia, estrato social ou crença for.
Não quero ser melhor nem pior que homem. Sou diferente deles. Mas quero ser respeitada e quero ter os mesmos direitos que eles. Quero que o poder de fala também me seja dado, independentemente de gênero. Quero que eu não seja vista com piedade, como sexo frágil, nem como o suprassumo da força. Quero ser olhada como gente. Que pode. E ponto.
Um obrigado especial à mulher mais importante da minha vida, a minha mãe, que me ensinou desde pequena que eu não sou melhor nem pior que ninguém, seja de que gênero, etnia, estrato social ou crença for.
Subscribe to:
Posts (Atom)