*Para o mais belo luar já visto
De tudo o que roubei
Você foi o melhor momento
Mas na existência
Nada se leva
O que vale é a lembrança
Só ela, enquanto há sopro,
Mantém a chama acesa
Perdoe se lhe arranquei lágrimas
A real vontade era tomar-lhe suspiros
Mas do que sobrou
Apenas teu olhar levo comigo
E a lembrança de teu gozo e de teu triste tremor
Na calada de um dia atípico
Pude rever este brilho
Nada que deixasse um único fio de esperança
Apesar do amor escondido além das retinas
O que resta é querer-te bem, meu menino
Suspirar em pensamento a cada passo teu
E deleitar-me com as lembranças do que fomos
Monday, March 10, 2008
Ensaio sobre a solidão
Sempre soou um tanto exagerada a afirmação de que "o mal do século é a solidão". E clichê a descrição do sentir-se só em meio a uma multidão. Embora reproduzisse estes discursos com veemência – não por ingenuidade, mas por saber que de certa forma faziam sentido –, nunca os sentira como agora. A solidão é mais que estar só. É não saber para onde olhar quando os olhos marejam; é não conseguir discar um único número completo para poder desabafar; é estar ao lado de duas pessoas e sentir-se solenemente ignorada; é vivenciar um aperto tão intenso quanto a tristeza de perder alguém para o mistério da morte.
Talvez você, que agora lê estas solitárias linhas, ache tudo um sem-número de melancolias injustificadas. Ou reflita sobre a vida da autora e desacredite ser possível alguém sentir-se assim, com tudo o que fora conquistado. Mas a solidão não escolhe classe. Tampouco idade, sexo, religião. Ela simplesmente invade até o mais aberto dos corações. Até quem veja na humanidade e na dedicação ao próximo seu modus vivendi.
Agora ocorre-me a idéia existencialista de "náusea". A náusea, segundo Sartre, é o despertar para a humanidade, para uma nova atuação social, para a inquietação de uma vida incorformável. Seria esta dor quase insuportável o embrulho no referido olhar? Deveria minh’alma arreganhar suas janelas para o que faz no dia a dia?
Curiosamente, apontam-me pela simpatia, pela sinceridade, por uma tal sensibilidade. Até que profundidade, porém, os afagos desta entristecida aura alcançam os corações dos amigos desejados? E que doçura é esta que só colhe indiferença, desconsideração, isolamento?
Mestre, rogai por estas amarguras. Por aquilo que não é possível superar, simplesmente. Pelas marcas que ficam quando as lágrimas descem de saudade do riso, do gozo e do amor que ainda não chegaram. Ou mesmo que vieram, mas que nada mais são do que saborosas lembranças de um passado distante...
Talvez você, que agora lê estas solitárias linhas, ache tudo um sem-número de melancolias injustificadas. Ou reflita sobre a vida da autora e desacredite ser possível alguém sentir-se assim, com tudo o que fora conquistado. Mas a solidão não escolhe classe. Tampouco idade, sexo, religião. Ela simplesmente invade até o mais aberto dos corações. Até quem veja na humanidade e na dedicação ao próximo seu modus vivendi.
Agora ocorre-me a idéia existencialista de "náusea". A náusea, segundo Sartre, é o despertar para a humanidade, para uma nova atuação social, para a inquietação de uma vida incorformável. Seria esta dor quase insuportável o embrulho no referido olhar? Deveria minh’alma arreganhar suas janelas para o que faz no dia a dia?
Curiosamente, apontam-me pela simpatia, pela sinceridade, por uma tal sensibilidade. Até que profundidade, porém, os afagos desta entristecida aura alcançam os corações dos amigos desejados? E que doçura é esta que só colhe indiferença, desconsideração, isolamento?
Mestre, rogai por estas amarguras. Por aquilo que não é possível superar, simplesmente. Pelas marcas que ficam quando as lágrimas descem de saudade do riso, do gozo e do amor que ainda não chegaram. Ou mesmo que vieram, mas que nada mais são do que saborosas lembranças de um passado distante...
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